sexta-feira, 9 de julho de 2010

A morte de Deni



"Culpado ou inocente o que permanece são as tristes lembranças de um alguém que amava viver"



    Socorro gritou a menina antes de morrer. O dia amanheceu a polícia já estava a concluir o trabalho de investigação quando surgiu um novo suspeito.
   Jovem, 24 anos, cabelos e olhos castanhos, um metro e setenta de altura 85 kg. Sofredor de amor não correspondido, usuário assíduo do ciúme – o melhor amigo da vitima.
    A família duvida que possa ser ele o culpado, porém testemunhas ocultas afirmam vê-lo com um pedaço de pau na mão ( parecido com estava jogado ao lado da vitima). Senhoras evangélicas pregavam no chão onde o corpo foi encontrado. Mulheres de meia idade julgavam o rapaz pelas suas vestimentas e cinco homens que trabalhavam em uma construção vizinha garantem ter ouvido gritos, porém de um lugar contrário de onde o corpo foi localizado.
    A manhã já estava partindo. O cheiro de bife acebolado tomava conta das residências e os policias já tornavam-se escravos da fome e do cansaço. O caso foi dado por encerrado e Gabriel (nome do principal suspeito) foi aguardar o julgamento na prisão.
    No velório amigas estavam inconformadas e com lágrimas escorrendo imploravam justiça. A família do suspeito foi de encontro à família da vitima, onde ninguém acredita ser ele, o homem sofredor de amor não correspondido, usuário assíduo do ciúme o verdadeiro culpado.
    No caixão uma mulher serena parecia dormir. Seu corpo não apresentava hematomas. Apenas em seu pescoço havia marca forte. A maquiagem disfarçava a expressão de tristeza e olhos fechados demonstravam um sono profundo.
    Na delegacia o depoimento. Sua defesa: “O pau foi usado para matar um rato. O grito foi pelo animal ter passado sobre seus pés e a morte de causa natural. A marca no pescoço apenas pela queda”- verdade ou mentira foram essas as únicas palavras ditas pelo suposto assassino.
    De classe operária a família não foi procurada pela mídia. No dia seguinte apenas uma pequena nota no impresso da cidade já julgando o acusado como culpado. O corpo já estava enterrado, mas a dor de manter um belo sorriso apenas na lembrança apenas nascia.
    A verdade: apenas duas pessoas realmente sabem: Uma morreu e a outra esta presa por duvidarem de sua palavra. O julgamento? Será realizado o dia em que as autoridades não forem mais escravos do cansaço e da burguesia atual.






Mariane Mirandola

Um comentário:

  1. Interessante sua locução: "A verdade somente duas pessoas sabem", esta, na realidade é a pura verdade. parabéns, abraços

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