quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Palhaço: Ser com olhar de poesia



Atenção senhoras e senhores, preparem o corpo e  a mente, porque o espetáculo vai começar. Hoje não teremos marmelada e nem goiabada. O pequeno show será nas humildes palavras. Nada de tão engraçado, ou de tão espetacular. Apenas uma singela homanagem aquele que de nariz vermelho, pula as barreiras da tristeza, disfarça seu íntimo com um lindo sorriso e busca em cada ser humano uma alegria de viver.
Hora chamado de Augusto, hora de Branco, é conhecido por todos como palhaço e sua atuação vai além do que é pensado em roteiro.
Às  vezes engana a platéia, parecendo ser um personagem inexistente na realidade humana, mas, antes mesmo do espetáculo acabar, vão-se percebendo atrapalhadas presentes no cotidiano de cada um.
Sua atuação vai além do picadeiro. Está nas praças, no teatro, na Tv e até mesmo nos hospitais.
Há quem diga, que fazer seu papel é facil. Há quem tenta vestir um macacão e sair pelas ruas sorrindo, porém não basta querer ser, é necessário permitir-se ser um palhaço.
Antes mesmo de vestir o nariz vermelho, é necessário que a mente esteja em paz com o corpo e na mesma sintonia com a alma, pois além de um ser engraçado, o  palhaço é um ser puro, de coração nobre, com olhar de poesia.
Ele não tem problemas do cotidiano. Não se importa com tabus e está mesmo interessado em receber um lindo sorriso.
Conquista todos com sua simplicidade, com um abraço, uma flor, uma mimica ou até mesmo um singelo aperto de mão.
Sua origem está na pureza e na simplicidade. Na monarquia, eram chamados de “Bobos da Corte” e podiam criticar o rei a rainha com o objetivo de entrete-los.
Surgiram antes mesmo do circo. Tiveram importante papel no Oriente, onde conseguiram inclusive, fazer com que o Imperador mudasse suas idéias.
Na Grécia e na Roma faziam parte das comédias teatrais e na idade média, além de Bobos da Corte, atuavam também em feiras, cantando, contando contos e fazendo malabarismo.
Print da página do jornal em que
o artigo foi publicado.
A cultura de massa tentou modificar sua essência. Sua figura está em filmes de terror ou em produtos para beneficio capitalista, porém, aquele que tem o privilégio de conhecer um palhaço verdadeiro, saberá distinguir e será conquistado pela sua ternura.
Seu gesto, mesmo que simples, modifica aquilo que já parece fazer parte de um todo e ao mesmo tempo que o mundo parece desabar, seu olhar de poesia declama força, coragem e alegria para você seguir em frente.


              


Mariane Mirandola.
Estudante de jornalismo e 
aprendiz de palhaço
Artigo publicado no jornal O Liberal 
10/12/2011 página 02