segunda-feira, 19 de julho de 2010

Ilusão de realidade




   O sol nasceu, o príncipe não encontrou o cavalo branco e foi-se para outros rumos. Uma mulher de várias faces encontra-se presa com a bruxa e os dias que seriam felizes para sempre estão tornando-se um terrível pesadelo na vida de todos.
   O tempo passa cada vez mais rápido e do passado resta apenas lembranças. A princesa luta pela liberdade, porém poucos conseguem trazê-la ao mundo. O príncipe, isolado em um caixão de ferro não consegue voltar para concretizar sua união e a rainha sente-se cada vez mais desmotivada
   Suas lágrimas escorrem constantemente pelas ruas e avenidas. Causam enchentes e matam milhares de pessoas. Sua tristeza atrai todos para solidão e sua revolta inunda o mundo de decepção.
   A princesa – ainda viva- pode ser chamada de esperança. O príncipe de igualdade. A rainha de vida e a bruxa de ganância.
   O conto não precisa ser de fadas. A realeza não implora pelo ouro, mas sim pela atenção de todos onde, se for recuperado o grande amor de um príncipe dado como morto e uma princesa presa, poderá ter-se novamente o final feliz para sempre.
   A derrota da bruxa é tida com a existência da princesa e realidade desse conto encontra-se dentro de cada um. Dentro de cada ser humano que desistiu da vida, abandonou a esperança e faz da ganância uma grande aliada...!



Mariane Mirandola

sexta-feira, 9 de julho de 2010

A morte de Deni



"Culpado ou inocente o que permanece são as tristes lembranças de um alguém que amava viver"



    Socorro gritou a menina antes de morrer. O dia amanheceu a polícia já estava a concluir o trabalho de investigação quando surgiu um novo suspeito.
   Jovem, 24 anos, cabelos e olhos castanhos, um metro e setenta de altura 85 kg. Sofredor de amor não correspondido, usuário assíduo do ciúme – o melhor amigo da vitima.
    A família duvida que possa ser ele o culpado, porém testemunhas ocultas afirmam vê-lo com um pedaço de pau na mão ( parecido com estava jogado ao lado da vitima). Senhoras evangélicas pregavam no chão onde o corpo foi encontrado. Mulheres de meia idade julgavam o rapaz pelas suas vestimentas e cinco homens que trabalhavam em uma construção vizinha garantem ter ouvido gritos, porém de um lugar contrário de onde o corpo foi localizado.
    A manhã já estava partindo. O cheiro de bife acebolado tomava conta das residências e os policias já tornavam-se escravos da fome e do cansaço. O caso foi dado por encerrado e Gabriel (nome do principal suspeito) foi aguardar o julgamento na prisão.
    No velório amigas estavam inconformadas e com lágrimas escorrendo imploravam justiça. A família do suspeito foi de encontro à família da vitima, onde ninguém acredita ser ele, o homem sofredor de amor não correspondido, usuário assíduo do ciúme o verdadeiro culpado.
    No caixão uma mulher serena parecia dormir. Seu corpo não apresentava hematomas. Apenas em seu pescoço havia marca forte. A maquiagem disfarçava a expressão de tristeza e olhos fechados demonstravam um sono profundo.
    Na delegacia o depoimento. Sua defesa: “O pau foi usado para matar um rato. O grito foi pelo animal ter passado sobre seus pés e a morte de causa natural. A marca no pescoço apenas pela queda”- verdade ou mentira foram essas as únicas palavras ditas pelo suposto assassino.
    De classe operária a família não foi procurada pela mídia. No dia seguinte apenas uma pequena nota no impresso da cidade já julgando o acusado como culpado. O corpo já estava enterrado, mas a dor de manter um belo sorriso apenas na lembrança apenas nascia.
    A verdade: apenas duas pessoas realmente sabem: Uma morreu e a outra esta presa por duvidarem de sua palavra. O julgamento? Será realizado o dia em que as autoridades não forem mais escravos do cansaço e da burguesia atual.






Mariane Mirandola

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Booom dia Brasil


   Bom dia Brasil, o sol não se escondeu, ele apenas nasceu. Bom dia pais do futebol, talvez a derrota seja uma vitória. Vamos abrir os olhos e saber que rola algo mais que a bola. Vamos espreguiçar e saber que não da mais para desperdiçar.

   Que tal olhar para trás e saber que além do choro de Julio que perdeu a copa do mudo, tem o choro de Raimundo, que com a enchente perdeu tudo. Tem a angustia de Kaká que a bola deixou passar, mas também tem o desespero de Sebastião, que perdeu o filho com tiro no coração.
   A revolta é também com Felipe Melo, mas que gozado, quando o senado errou e dos pobres, dinheiro roubou, a mídia pouco criticou. Robinho com sua agilidade saiu, o gol ele marcou, mas do jogo nada restou.
   A culpa é de quem? O erro foi da seleção, a perda do Brasil, a decepção da nação, mas e o resto onde esta? Enquanto choram pela bola perdida morre dona Maria pela vaga no hospital não concedida. Enquanto Dunga se desespera na prorrogação, seu João coitado, grande músico, implora que ouçam o som o do seu violão.
   A copa foi perdida, mas o Brasil continua. O amarelo ainda precisa do azul para ter-se o verde e vida ainda preciso de sorrisos para seguir em frente. O homem ainda precisa do ar para respirar e o ar precisa da consciência de todos para continuar do jeito que esta.
   O hexa não foi conquistado, mas a Terra continua precisando da união de cada habitante para que consiga manter-se no universo...

Mariane Mirandola